Eis a pele de pedra
Coração de decoração
De bronze e cetim
Uma corda apertada
São os dedos teus
Meu sangue é meu gim
Minha arma carregada
Ouça o estopim!
A faca equilibrada
Apontada para mim
Alguém chamou pelo interfone
Ou foi a voz da televisão
No estado em que me encontro
Já nem sei dizer
Surrupiando das paredes o cal
Vou subtraindo das moscas a alma
Tuas verdades não significam nada
Isto fez capa nos jornais
Quem falou e disse deixou tudo no ar
Sem estrela ou anjo pra nos guiar
Ou coisa assim
Tuas palavras não me convencem mais
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